sábado, 27 de março de 2010

Que e isso, a Filosofia ?

Quando perguntamos: que é isso, a filosofia? Já estamos falando sobre a filosofia, colocando-nos num lugar fora da filosofia. Mas o fim de nossa pergunta é entra ''na'' filosofia, para, acompanhado-a, filosofar.
A pergunta de nosso cológuio se refere á essência da filosofia. A palavra grega ''filosofia'' nos dá a diração: envia-nos a ''filósofo'' que é aquele que ama o ''sofos''. O ''philosophos'' ama o ''sophom'' (saber que admira o ''entre no ser''). Essa ansiedade especial para o ''sophon'' transformar-se em philosophia, filosofia.
A nossa pergunta -
fértil inquietude e movimento - ''que é a filosofia?'', já foi respondida por Aristóteles. Assim nosso colóquio não é necessário. Acaba antes mesmo de haver começado. Mas, a proposição de Aristóteles não é a única  e na melhor das hipóteses ela é ''uma'' resposta entre outras.

1 Filosofia: um jeito de pensar

Já dizia o velho Kant (séc. XVII): ''Não se aprende filosofia. Aprende-se a filosofar'' (Crítica da razão pura, 1789).  Porque ''filosofia'' não é um conteúdo de pensamento, mas um jeito humano de pensar.
O ser humano pensa multiformemente. Pensa com o ''coração'': inteligência emocional (GOLEMAN. 2001). ''O coração tem razões que a própria razão desconhece'' (Vinicios de Morais). Pensa com o ''espírito'': inteligência mística (as grandes tradições religiosas). ''A meditação é a chave do pensamento espiritual!'' (Dalai-Lama). Pensa com a ''imaginação'': inteligência mítica (a mitologia presenteem todas as civilizações). ''O mito é uma fala escolhida pela história para explicar os fênomenos!'' (Roland Barthes e René Ménard). O ser humano pensa também com a ''cabeça'' (a ''ratio'' ou ''razão''): inteligência cognitiva ou racional. ''O homem é um ser racional'' (Aristóteles).
O pensamento racional, na ocidentalidade, emerde dos ''mitos'' na Grécia antiga (séc. VI a. C.): é a FILOSOFIA!
   
A filosofia foi criação do gênio helênico ... e construiu novidade absoluta.
                              (REALE; ANTISERI, 2004)
Mas, o que é isso, a filosofia?
Existem muitas e variadas respostas a essa pergunta. Cada filósofo tem uma! (E ás vezes, até quem não e filósofo se arrisca numa).     Aristóteles (séc. IV a. C.), o gênio da filosofia grega, já respondeu:
Filosofia é a ciência teórica dos primeiros princípios e dos últimos fins de todas as coisas. (Metafísica, A. 2)Excelente resposta! Com essa caracterização podemos representar toda a filosofia, antes e depois dele. Contudo, não é a única resposta e não podemos ater-nos apenas a ela, pois devemos ocupar-nos das primeiras e posteriores definições de filosofia. E depois? Não será que apenas encontramos mais uma resposta dentre tantas outras?
Martin Heidegger (séc. XX), filósofo alemão, em seu livro O que é isso filosofia?, sugere que uma resposta a essa pergunta só será autêntica se for '' filosofante''. E o que é uma resposta filosofante?
                                É uma resposta que enquanto resposta filosofa por si mesma. Quando filosofamos nós? Manifestadamente apenas quando entramos em diálogo com os filósofos, discutindo com eles sobre o que dizem. porque uma coisa é verificar opiniões dos filósofos e descrevê-las. Outra coisa e bem diferente é debater com eles aquilo que dizem, e isto quer dizer, do que falam.    (HEIDEGGER,1962)

sexta-feira, 26 de março de 2010

Filósofa e mártir

Numa tarde de março do ano 415, durante a quaresma, uma mulher de 60 anos é tirada de sua casa carruagem por uma multidão enfurecida e arrastada até a igreja de Cesarión, antigo templo de culto ao imperador romano César, em Alexandria, no Egito. Lá é despedida e tem sua pele e carne arrancadas com ostras (ou fragmentos de cerâmica ou azulejo, segundo outra versão). Acusada de bruxaria, é destroçada viva pela turba desgovernada. Já morta, arrancam seus braços e pernas. O restante do cadáver é queimado em um pira nos arredores da cidade. Era o fim da trajectória impressionante da primeira mulher matemática da História e uma das principais filosofas da Antiguidade: Hipácia.
A intelectual, professora carismática que inspirou alguns dos grandes cérebros de seu tempo, tinha influência em diversas esferas da vida pública. O prefeito da cidade, Orestes, indicado por Roma, a consultava antes de muitas de sua decisões. Por isso mesmo, ela tornou-se um obstáculo para a sede de poder de Cirilo, bispo de Alexandria, inimigo político do também cristão Orestes e, possivelmente, o mentor do assassinato da filosofa.
Quem foi essa mulher, capaz de se destacar num mundo em que o intelecto era propriedade masculina? Há controvérsia sobre o ano de seu nascimento: 355 é o mais aceito. Fala-se também em 370. Nesse caso, ela teria apenas 45 anos ao ser linchada. Foi criada pelo pai Teón -
grande matemático, astrónomo e director do Museu de Alexandria -, nesse ambiente de estudo e pesquisar. Ela superou o mestre na ciência dos números e ainda tornou-se uma expoente do pensamento filosófico neoplatônico. É considerada a última intelectual de destaque da capital egípcia, centro da cultura grega no mundo helenístico. '' Haviaem Alexandria uma mulher chamada Hipácia, filha de filósofo Teón, que fez tantas realizações em literatura e ciência que ultrapassou todos filósofos da época. Tendo progredido na escola de Platão e Plotino, ela explicava os princípios da filosofia a quem a ouvisse, e muitos vinham de longe receber ensinamentos'', diz a historia de Sócrates, o Escolástico, na História Eclesiástica, escrita no século 5. Mulher de enorme beleza, adotou o ascetismo como norma de vida: vestia-se apenas com o manto dos filósofos, uma espécie de túnica branca. Não acumulava riquesas e foi selibatária até o fim da vida. Um episódio ilustra sua rigidez moral: um aluno (eram todos homens), apaixonado, insiste em cortejá-la. Hipácia, então mostra a ele um desses panos higiênicos : ''É isto que tu amas na verdade e não a beleza por si mesma''. Hipácia foi a principal representante sentante do neoplatonismode seu tempo. Dedicava-se a pensar o mundo das ideias em relação ao mundo físico, a investigar se a alma era una ou dividida, a partir de questões meta-físicas levantadas pelo filósofo Plotino (205-270). Ensinava em cursos fechados, mas fazia também conferências abertas que atraíram homens poderosos, como Orestes, e visitantes de Roma, Atenas e outra cidades. ''Orestes se tornou amigo r vonfidente de Hipácia. Encontravam-se freguentemente, discutindo não só suas palestras. Isso a colocou claramente ao lado dele na luta contra Cirilo. Ela deve ter parecido uma grande ameaça para Cirilo, pois seus discípulos fora'', diz o matemático americano Leonard Mlodinow em A Fanela de Euclides.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Nós somos águias

Era uma vez, um camponês que foi á floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros.
Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de uma naturalista. Enguanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
- Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia.
- De fato - disse o camponês. É águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais águia. Transformou-se em galinha como as outras, apersa das asas de quase três metros de extensão.
- Não - retrucou o naturalista. Ela é e será sempre águia. Pois tem um coração de águia. Esse coração fará um dia voar ás alturas.
- Não, não- insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a para o alto e desafiando- a disse:
- Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não á terá, então abra suas asas e voe!
A águia pousou sobre seu braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá em baixo, ciscando grãos.
E pulou para junto delas. O camponês comentou:
- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
- Não - tornou a insistir o naturalista. - Ela é uma águia.
E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águi no teto da casa.
Sussurrou-lhe:
- Águia já que você é uma águia, abra suas asas é voe!
Mas quando a águia viu lá em baixo as galinhas, ciscando no chão, pulou e foi para junto delas.
O camponês sorriu e voltou á carga:
- Eu lhe havia dito, ela virou galinha.
- Não - respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia.
Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.
No dia seguinte o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava oa picos das montanhas.
O naturaliasta ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
- Águia, já que você e uma águia , já que você pertence ao céu não á terra, abra suas asas e voe!
A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se de claridade solar e da vastidão do horizonte.
Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico ''kau kau'' das águias e ergueu-se, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez mais alto. Voou ... voou ... até confundir-se com o azul do firmamento.
( BOFF, L. A águia e a galinha: uma metáfora da condição humana. Petrópolis: Vozes, 1997, p. 30-31)

Sócrates

Sócrates foi um filosófo anteniense , um dos mais importantes incones da tradição filosófica ocidental , e um dos fundadores da atual Filosofia Ocidental.
As fontes mais importantesde informações sobre Sócrates são Platão, Xenofonte e
Aristoteles (Alguns historiados afirmam só se pode falar sócrates como um
personagem platão, por ele nunca ter deixado nada escrito de sua propria
autoria). Os dialogos de Ploatão, só descrevião Sócrates como mestre que recusar
discipulos, e um homem piedoso que foi exercutado sem piedade. Sócrates não
valorizava os prazeres dos sentimentos , todavia se escalava o belo entre
as maiores virtudes , junto ao bom e ao justo . Dedicava-se ao parto das idéias
(Maiêutica) dos cidadãos de antenas, mais era indiferente em relação ao seus
proprios filhos.

Texto - Para quê Filosofia ?

''Afinal, para quê filosofia?'' É uma
pergunta interessante. Não vemos nem ouvimos ninguém perguntar, por exemplo, ''Para que matemática ou física?'', ''Para que Geografia ou Geologia?'', ''Para que história ou sociologia?'', ''Para que biologia ou piscicologia?'' (...) Mas todo mundo acha muito natural pergunta: ''Para que Filosofia?'' (...) .
Em nossa cultura e em nossa sociedade, costumamos considerar que alguma coisa só tem o direito de existi se tiver alguma finalidade prática muito visível e de utilidade imediata, de modo que quando se pergunta ''Para que?'', o que se quer saber é: ''Qual a ultilidade?'', ''Para que ser
ve isso?'', ''Que uso proveitoso ou vantajoso posso fazer disso?'' (...).
Assim, mesmo se dissésemos que o objeto da filosofia não é o conhecimento e a realidade, nem o conhecimento da nossa capacidade para conhecer, mesmo que dissésemos que o objetivo da filosofia é apenas a vida moral ou ética, ainda assim o estilo filosófico permaneceriam os mesmos, pois as perguntas filosóficas - oquê, porque e como - Permanecem .
''(Chauí, 2003, p. 19-20)''